CRÍTICA | O EXTERMINADOR DO FUTURO: DESTINO SOMBRIO (SEM SPOILERS)
quinta-feira, outubro 31, 2019
// Fui conferir a obra O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio (que chega nesta quinta-feira, 31/10, aos cinemas) na cabine de imprensa e trago aqui a análise das entrelinhas e a crítica do filme em geral. Em breve (até segunda-feira, 04/10), teremos a análise de (outro) filme lá no IGTV – e que já adianto: vale muito a pena. Espero você para mergulharmos em mais uma arte. Acompanhe também no canal de YouTube e acesse o IGTV do Instagram para mais indicações e análises (ainda que a maioria seja sempre repostada por aqui).
Robôs que querem dominar o mundo podem soar como uma base já clichê para qualquer trama, a não ser que o desenvolvimento da obra surpreenda pelos diálogos e pelas metáforas utilizando a mente humana e/ou questões sociais. Aspectos psicológicos e políticos podem entrar facilmente em longas com tal proposta, de maneira a fazer o coração palpitar enquanto se pode refletir.
Mas ainda que o tema não seja tratado de maneira inovadora e que soe como batido em alguns casos, não deixa de ser de interesse em uma época em que a tecnologia se renova e evolui a cada volta no relógio. Bastaria algum toque inovador ou alguma discussão mais atual para tornar o negócio mais interessante.
E quando o fim da raça humana ou até a destruição do planeta entra em jogo como prioridade em uma produção dessas, a analogia para o tema dos robôs pode ficar mais intrigante. Eles poderiam acabar sendo uma representação, por exemplo, do próprio ecossistema que está prestes a entrar em colapso e pode acabar 'expulsando' os seres humanos (os dizimando) pelas consequências das ações da própria humanidade.
Com desastres naturais constantes nos tempos do agora e até guerras entre a própria raça humana, seria inteligente abordar as duas temáticas que hoje são ainda mais palpáveis: como o uso da tecnologia (que pode ser salvação ou destruição a depender de como é utilizada) e metáforas para a destruição constante do mundo.
Sendo assim, a saga Exterminador do Futuro, que chega ao seu sexto filme, teria tudo nas mãos para brincar agora com as temáticas que aborda e criar boas críticas sociais sem perder o entretenimento na medida.
A FALTA DE APROFUNDAMENTO
Na obra, a jovem Dani Ramos, vivida pela novata Natalia Reyes, vive com o pai, interpretado por Enrique Arce (de La Casa de Papel), e com o irmão (Diego Boneta, de Rebelde), com o qual trabalha em uma fábrica de automóveis no México. No trabalho de Ramos, a discussão sobre a substituição de empregos por máquinas começa a ser colocada em jogo, o que parece que vai trazer críticas bem pensadas, mas vira um tema deixado de lado.
Tudo muda para a realidade da família da protagonista quando um robô vindo do futuro passa a persegui-la para matá-la e motivo seria que, em alguns anos, o seu filho se tornaria líder de uma revolução através da qual os humanos retomarão o mundo destruído pelas máquinas.
A ideia poderia trazer mais uma metáfora bacana: a de que caso nos importemos mais uns com os outros e com o futuro do planeta em si, temos em nossas mãos o poder de salvar o que parece cada vez mais perdido no ecossistema e na sociedade. Basta uma ação, um ser humano tomando atitudes diferentes, e isso já inspira muitos outros. No entanto, a ideia crítica não é bem aprofundada na produção e fica apenas na superficialidade da coisa.
Para proteger Dani, o filme também apresenta Mackenzie Davis na pele da ciborgue Grace, uma combatente que vem do futuro e passou por processos de melhoramento tecnológico que aumentam sua força, rapidez e visão. Suas novas habilidades, porém, não são páreo para a versão mais recente do assassino (o que poderia, mais uma vez, ser uma boa metáfora para a força da natureza contra a do ser humano: que sempre será mais forte, já que é nossa casa e somos apenas um grão de areia nela).
O retorno de Linda Hamilton como a lendária Sarah Connor acontece dando suporte para Grace e Dani e, então, o longa se desenvolve, chegando a causar uma animação maior quando Arnold Schwarzenegger aparece como um T-800 idoso e com uma explicação inusitada sobre onde esteve nos últimos anos.
O reencontro entre Arnold e Connor pode causar faíscas para o telespectador, mas nem isso, os efeitos especiais bem produzidos (que mostram grande evolução em relação ao primeiro da saga) ou as atuações bem elaboradas (incluindo a falta de expressões de Schwarzenegger que não incomodam, já que se trata do já conhecido robô, agora mais humanizado) chegam a salvar o filme. Apesar de não deixar pontas soltas e ter uma trama bem redonda, a obra fixa em abordagens e diálogos rasos e traz um roteiro que soa como mais do mesmo, focado em longas cenas de ação sem novos debates – o que chega a entendiar.
OS LADOS (quase) POSITIVOS
É sagaz a ideia de trazer uma visão renovada da trama, mostrando uma tecnologia avançada tanto na produção em si como na criação dos novos robôs nos anos em que o filme se passa, mas até as cenas de luta e fuga se tornam uma repetição das já conhecidas sequências de perseguição do Exterminador, que tem a nova versão vivida por Gabriel Luna. Assim, ao invés da boa nostalgia e empolgação, a trama se torna apenas cada vez mais previsível e parece um looping de takes semelhantes.
Uma cena traz um rápido discurso sobre como devemos parar de lutar uns contra os outros, mas o diálogo que poderia trazer tantas das reflexões já pontuadas acima, acaba ficando, novamente, na areia e não no mar.
NOTA: 5.8 [DE 10]
3 COMENTÁRIOS
Crítica genial, pontuando os pontos negativos e positivos do longa.
ResponderExcluirBom fim de semana!
Até mais, Emerson Garcia
Jovem Jornalista
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Oi, Vanessa!
ResponderExcluirA sua é a segunda resenha que leio sobre esse filme e não poderiam ser mais diferentes haha
Como eu não gosto muito dessa franquia, acho difícil assistir. E, pela sua resenha, não parece que vou perder muita coisa haha
Beijinhos,
Galáxia dos Desejos
Nossa, eu nem sabia desse filme, parece ser bem reboot mesmo... Pelo menos o elenco está muito bom
ResponderExcluirBeijos
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