O QUE ASSISTIR NOS CINEMAS EM FEVEREIRO
sábado, fevereiro 06, 2016
Mais um mês lindo para os cinemas está aqui nas nossas portas e temos muito o que explorar! Diversas obras do mês são baseadas em fatos reais, então respira, porque muitas críticas estão vindo para que reparemos quanta fumaça ingerimos todos os dias. Além de Deadpool (11 de fevereiro), O Regresso (que já falei sobre e lançou dia 4), A Escolha (que falei aqui também e lançou dia 4) e Presságios de Um Crime (que mudou de data para 25 de fevereiro), temos diversas obras que prometem deixar suas marcas fincadas. Vamos ficar por dentro? Lembrando que, como ainda não assisti, escrevo sobre a sinopse e mensagens principais que aguardo de cada um, não são exatamente análises, mas estudos de expectativas.
- O Quarto de Jack
- A Garota Dinamarquesa
- Horas Decisivas
- Brooklyn
Com poucas perspectivas em seu país, a tímida jovem irlandesa Ellis Lacey (Saoirse Ronan) se muda de sua terra natal e vai morar em Brooklyn para tentar realizar seus sonhos. Ela embarca por um convite do padre Flood (Jim Broadbent) para a "terra das oportunidades" (atenção à época), deixando, a contragosto, a mãe viúva e a irmã, a quem é muito apegada, para trás. Chegando lá, se estabelece, claro, no bairro do título, arrumando um quartinho na pensão da senhora Kehoe (retratada pela veterana Julie Walters, que, pelo que já pude ler, tem as melhores falas do filme). Ellis arruma um emprego, começa a estudar e, bem à moda antiga, engata um namoro com o ítalo-americano Tony, vivido por Emory Cohen. No início de sua jornada nos Estados Unidos, ela sente falta de sua casa, mas ela vai tentando se ajustar aos poucos até que conhece e se apaixona por Tony (Emory Cohen), um bombeiro italiano. Logo, ela se encontra dividida entre dois países, entre dois amores e o dever. Nosso maior obstáculo somos nós e, por vezes, estamos tão enraizados no medo de tentar algo novo que ficamos à mercê do descontentamento sócio pessoal; esse tipo de reflexão é a mais prometida para ganhar traduções no longa. Saoirse Ronan está sendo bombardeada de elogios pela sua atuação e é um filme que nos alega o reascender daquele resquício de esperança na bondade e solidariedade humana. Brooklyn aparenta ser uma jornada de busca pelo autoconhecimento, pelo encontro dos valores e das escolhas que sempre carregam suas renúncias, pela exploração interna em meio a uma solidão que nos lembra que não vem por acaso, enquanto nos impulsiona a ir observando o quanto os laços é que nos ajudam a descobrir quem somos de fato. Roteiro: Nick Hornby. Direção: John Crowley. Estreia: 11 de fevereiro.
- Como Ser Solteira?
Alice (Dakota Johnson) acabou de sair de um relacionamento e não sabe muito bem como agir sem outra metade. Para sua sorte, ela tem uma animada amiga (Rebel Wilson) especialista na vida noturna de Nova York, que passa a ensiná-la "como ser solteira". O filme não é baseado em bebedeiras e conquistas passageiras, mas sim onde encontra sua força: nas mensagens de amizade, da importância da lealdade e da autossuficiência. Além de (espero que sim), quebrar aos poucos a ideia dos padrões de "joguinhos sociais" com "regras para conquistar", mostrando não a relatividade disso, como também a não importância em algo genuíno. Minha aposta nessa comédia é que traga um pouco dos tons reflexivos de Sex and the City. Imagino que a maioria de tudo o que é abordado pelo trailer, ganhará desconstruções (a não ser a força da amizade exibida). Por mais que aparente carregar clichês batidos, a obra promete trazer o que é sempre bom de reler e lembrar. Invejam não quem tem o namorado mais bonito, a esposa mais "classuda" e/ou é o ganharão, querem é a felicidade de quem vive como vive! O sorriso da solteira na balada ou a alegria do casado nas férias. Assim como a diversão do casal em uma festa e a animação da solteira em casa. Ou até o choro da casada que sabe que depois já vai sorrir, porque o bom daquele relacionamento sempre supre os lados negativos, sempre tem verdades mais fortes e não duvidadas. Assim como o choro da solteira que sabe que no fundo tem seus sonhos para abraçar e cultiva muito mais como porto seguro, coisas que ninguém pode dela retirar como evolução. O mundo quer a realização e vive procurando mais, por isso, quando se depara com quem aproveita o que tem, quer ser apenas feliz de igual maneira. Então, não choremos pelos copos vazios, apenas saibamos aproveitar a infinidade de líquidos possíveis para ele. Nada do que está, está por acaso. É para sabermos tirar proveitos, é para darmos foco ao que havíamos abandonado ou ainda nem parado para observar. E é bem por aí que acho que a obra vai mergulhar gradualmente. Esperemos e devoremos. Roteiro: Marc Silverstein, Dana Fox e Abby Kohn. Direção: Christian Ditter. Estreia: 25 de fevereiro. Outra comédia do mês de fevereiro (lançada dia 4) é "Tirando o Atraso".
- Filho de Saul
Indicado ao Oscar 2016 de Melhor Filme Estrangeiro, Filho de Saul aborda a Segunda Guerra Mundial sob as mais variadas óticas no cinema: dos vencedores, dos vencidos, patriota, política, histórica e, também, dolorosa. Saul Fia é um filme húngaro dirigido pelo estreante em longas László Nemes. A estória é até bem simples: um judeu trabalha em pleno campo de concentração como sonderkommando, ou seja, integra o grupo de judeus designados pelos alemães, e separados dos demais, para carregar os corpos dos prisioneiros e ainda cremá-los, após passarem pelas câmaras de gás. Um dia, ao realizar o árduo trabalho diário, descobre que um garoto sobreviveu, mas por pouco tempo, já que logo em seguida ele é executado por um oficial alemão. O corpo largado logo é requisitado por Saul, mas o jovem foi enviado para a autópsia. Começa então uma jornada pessoal para recuperar o cadáver e, com a dignidade possível na situação, enterrá-lo. Bastante tenso em certos momentos, Saul Fia é o retrato de uma época triste para a humanidade apresentado em primeira pessoa sob uma forma rígida. Por mais que afirmem em críticas que o filme perde um pouco o ritmo de vez em quando, devido à sua (intencional) proposta monocórdia, ainda assim, promete trazer elementos bastante interessantes que o destacam no imenso hall existente envolvendo os filmes sobre a Segunda Guerra Mundial e nos fazendo refletir, por exemplo, que podemos fazer algo como a mídia dançar a nossa música quando nos inserimos nela desejando fazer a diferença com a mente firme. Podemos fazer a nossa própria música e fazer o mercado dançar essa música enquanto dançamos a dele e remodelamos isso aos poucos, com nossos diferenciais, com nossas imposições sutis, e é assim que mensagens do filme juram o encaixe na nossa atualidade (não considerando exatamente atos clandestinos, mas revolucionários em diferentes ângulos). Roteiro: László Nemes e Clara Royer. Estreia: 4 de fevereiro.
Ainda teremos "13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi" (baseado em fatos reais o longa conta a história de um grupo de seis soldados privados que trabalham num complexo da CIA em Benghazi, na Líbia, em 2012. Englobando muito sobre lealdade. Será lançado dia 18 de fevereiro), "Deuses do Egito" (25 de fevereiro) e mais um indicado ao Oscar 2016 como melhor filme estrangeiro: "O Lobo do Deserto" (18 de fevereiro).
E então, qual dos filmes de fevereiro mais está aguçando sua curiosidade? O que imagina a mais sobre as reflexões possíveis de cada um? Não deixe de contar nos comentários!
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